"Na desgraça fria do espelho, eu quero saber o que é isso que me tornei."
"O asfalto é minha casa, mas não da pra chamar de lar. É tão vazio, tão frio, tão fora do lugar"
"Jogarei fora a minha fé, amor, apenas para mantê-la segura. Você não sabe que você é tudo que eu tenho?."
"Talvez iremos dar a volta por cima, porque não é tarde demais. Nunca é tarde demais."
"Eu sei que você já ouviu antes, mas não tinha sido o suficiente. E agora o suficiente é muito."
Uma casa assustadora.
Um grupo de jovens então resolveu morar nela,
Um quarto aberto no segundo andar, ganchos pelo teto em trilhos e acorrentados,
Suspensos corpos por todo o quarto, poderia ser assustador, mas era o alimento,
O único alimento.
As Lâminas das facas dilaceravam os corpos em pequenas partes, o sangue escorria por entre os dedos.
As almas bastardas dos corpos mortos rodeavam o lugar, e em uma espécie de canibalismo alimentavam-se dos próprios corpos, alguns eram apenas vultos, outros uma porção indefinida de uma fumaça escura.
Bebiam todos de uma água meio amarelada que saia das torneiras, o cheiro de enxofre da água dava nojo, horrível só de sentir...
Aqueles corpos não eram o suficiente e as almas queriam carne fresca, queriam sangue quente, então os jovens começaram a sumir, um a um...
Alguns ficaram para trás, até que só restasse apenas uma pessoa no local.
Essa pessoa se alimentava dos corpos, que deslizavam fazendo um barulho assustador, não paravam de chegar...
Essa pessoa era eu.
